Nota sobre a Calamidade Climática no Rio Grande do Sul

A Sociedade Psicanalítica de Pelotas (SPPEL) agradece às inúmeras manifestações de solidariedade recebidas. São mensagens de colegas, instituições - da América Latina, em especial ligadas à FEBRAPSI (Federação Brasileira de Psicanálise) e à FEPAL (Federação de Psicanálise da América Psicanalítica) -, familiares e população em geral. 

Igualmente, gostaríamos de enviar a nossa solidariedade à população mais ao norte do estado que sofreu de maneira aguda, sem condições para precauções, uma calamidade que está previsivelmente a nos atingir.

Pelotas, Rio Grande, São Lourenço do Sul e São José do Norte, cidades ao sul, banhadas pela Lagoa dos Patos, estão com grandes áreas alagadas, milhares de pessoas tiveram que abandonar seus lares e outras tantas em estado de apreensão, e que a qualquer momento podem precisar fazê-lo. O tempo para nos preparar permite inferir que não teremos mortes diretamente causadas pelas enchentes; entretanto, já nos deparamos com uma população traumatizada, adoecida e com inúmeras necessidades materiais.

Institucionalmente, a SPPEL, associada aos poderes públicos e à sociedade civil, através de seus membros, dentro das suas especificidades, está implicada na atenção à população desabrigada, carente e traumatizada; bem como, aos dedicados cuidadores expostos aos mesmos estressores.

Reforçamos que além da escuta psicanalítica e dos imprescindíveis cuidados humanitários básicos do momento, será fundamental uma contínua e ativa participação de toda a Sociedade para pensar as questões climáticas, em consonância com os movimentos da IPA (International Psychoanalytical Association) que já tem o Comitê do Clima, vinculado aos demais que visam elaborar questões ligadas à comunidade.

Afinal, como escreve a poetiza W. Szymborska: “(...) O abismo não nos divide. O abismo nos circunda.”   

Diretoria da SPPEL